Moradores do Regina Célia e Itagaçaba, em Cruzeiro, vêm protestando contra as condições que os bairros enfrentam. Eles alegam que a prefeitura não realiza o serviço de limpeza e o mato alto tem atraído ratazanas, camundongos, cobras e insetos para suas casas, além de servir como ponto de consumo de drogas. As reclamações vieram de ruas como Jorge Gomes da Silva e Pastor Cícero Canuto de Lima, no bairro Regina Célia, com cobrança de limpeza nos terrenos às margens da ferrovia.
Quatro moradores têm efetuado a limpeza por conta própria, mas dizem sentir medo de picadas de cobras e escorpiões por não possuírem o equipamento apropriado. A casa de Leni Brasil fica ao lado do matagal que margeia o Córrego da Barrinha, na rua Pastor Cícero Canuto de Lima. Ela contou que já encontrou cobras e ratos várias vezes em sua varanda e até mesmo dentro da casa. “Ninguém da prefeitura vem aqui, estamos abandonados. Um dia desses mesmo meus netos pequenos brincando na varanda e apareceu uma cascavel. A gente fica preocupada”, desabafou.
O morador aposentado Luis Eduardo Moraes, que costuma fazer a limpeza do espaço em frente à sua casa, cobra providências. “Já solicitei e ninguém nunca vem. A gente só quer que eles cumpram suas obrigações, que vejam que esse bairro existe. Porque aqui nós pagamos IPTU”, revelou.
Segundo o secretário de Governo, Paulo Antônio de Carvalho, próximos às duas ruas existem muitos lotes particulares e não cabe à secretaria a responsabilidade de limpar, mas que a prefeitura envia sempre cartas intimando os proprietários. Ele disse ainda que os terrenos que competem a sua secretária serão limpos em breve. “Quanto ao mato no leito da ferrovia, iniciamos um trabalho no final do ano passado e tivemos que paralisar porque a equipe era pequena, mas já estamos nos programando para retornar o trabalho dentro de um mês”, argumentou.
Essas não são as únicas ruas da cidade com insatisfação de moradores. Na rua Dois do Bela Vista, no bairro do Itagaçaba, moradores reivindicam pelo calçamento da via, que possui buracos em toda sua extensão.
Para Marcília Josefa de Jesus, que mora no local há mais de dez anos, acidentes acontecem com frequência por conta dos buracos. “Já aconteceu de uma vizinha cair e quebrar a perna e esses dias um caminhão tentando subir o morro tombou e ficou mais de duas horas tombado, ninguém nunca veio aqui pra ver e resolver isso”, apontou.
Nesse caso o secretário explicou que a rua Dois não pode receber pavimentação por ser uma via irregular, onde pessoas foram invadindo ao longo dos anos e a maior parte do bairro não paga IPTU. “A prefeitura já tenta regularizar há algum tempo. Assim que estiver dentro da legalidade, efetuaremos o calçamento”, assegurou.
Cecília Bueno
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